quarta-feira, 9 de abril de 2014

Petit Gâteau e a Seleção por Consequência


A postagem de hoje é especial. Ela será dedicada aos meus dois professores de graduação que ministravam as disciplinas de Análise do Comportamento. Hoje, decidi provar pela primeira vez o famoso Petit Gâteau que minha professora falava tanto e que serviu de exemplo didático sobre como a Seleção por Consequências ocorre. Cheguei a conclusão experimental de que Petit Gâteau é muito bom! (Acho que a dona do estabelecimento percebeu minha satisfação e perguntou em seguida animada sobre o que achei e pediu desculpa pela garçonete ter me dado um garfo e uma faca)

Também lembrei que esta mesma professora teve a delicadeza de nos ensinar a fazer Brownie e nos presentear com alguns que ela mesma fez. E é com muito carinho que relembro a graduação e espero que vocês gostem do exemplo didático que será apresentado com todo peso das lembranças de uns poucos anos atrás.


Como já foi dito em outras postagens, a seleção por consequência não ocorre de modo intencional. Ela ocorre de maneira aleatória. De tal modo, não temos como dizer que tal e tal mudança são boas ou ruins, pois o que ocorreu foi variações ambientais, seleções de comportamentos e sua reprodução, enquanto as condições em que determinado comportamento se instalou se apresentarem favoráveis para sua manutenção.

Ok, mas o que os cupcakes bolinhos tem haver com isso? Tem haver que a história pela qual ocorreu a seleção do modo de preparo do Petit Gâteau foi aleatória. Um chef, na produção de cupcakes bolinhos, errou a quantidade de farinha que deveria usar. O resultado é o que chamamos de Petit Gâteau. O erro na produção dos bolinhos criou o Petit Gâteau. No entanto, a forma pela qual estamos acostumados a lidar com o erro nos levaria a crer que o resultado não foi satisfatório de cara, se não contássemos que foi assim que se produziu os primeiros Petit Gâteau, não é? 


Foi o erro, ou seja, a variação que ocorreu no modo de preparo nos possibilitou provar um novo doce. Ao provarmos o novo doce e percebermos que era agradável, voltamos a comê-lo. Deste modo, o modo de preparo "errado" do cupcake bolinho foi selecionado. Como os clientes aprovaram a variação do preparo e seu resultado, ainda hoje temos Petit Gâteus sendo feitos por aí. Diga-se de passagem, é um doce que está na moda, todos querem provar... Inclusive eu!

Então, nem toda variação nos possibilitará que suas consequências sejam algo novo e agradável. Porém, é por meio das mudanças nas condições do mundo ou de mudanças no modo como agimos sobre o mundo que nos possibilitará o alcance de novas consequências, se possíveis, agradáveis! Não nos iludamos, não é através das mesmas práticas diárias que teremos novas consequências, é preciso fazer pequenas (ou, dependendo do caso, grandes) mudanças para transformar nossas realidade.

Recapitulando: ocorrem variações no mundo, fazendo com que ajamos sobre este mundo, então as consequências favoráveis a nossa sobrevivência ou que tenha valor de sobrevivência selecionam nossas práticas, que se reproduziram enquanto tiverem função ou até quando ocorrerem novas mudanças que nos leve a variar novamente nossas práticas. Afinal, vivemos em um mundo fluído e mutável... Com alguns muitos momentos de estabilidade.

Sendo filosófico: "O mundo gira, o mundo é uma bola" - Aviões do Forró (brincadeirinha)

Bem, terminamos com uma bela citação do livro Walden II, de B. F. Skinner, em que ele trata de um modelo de sociedade utópica voltado para o bem-estar da comunidade:

"Nenhum modo de vida é inevitável. Examine o seu de próprio de perto. Se você não está satisfeito, mude-o"

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